quinta-feira, 12 de julho de 2012

Mulheres surpreendem em cursos da área da construção civil

Mais três turmas estão sendo capacitadas na área da Construção Civil. O projeto “Construindo o Futuro”, pioneiro no Estado e em nível de Brasil, tem como objetivo promover a qualificação profissional e, consequentemente, inserir os profissionais no mercado de trabalho. Desta vez, a Fundação Municipal do Trabalho (Fundat), está oferecendo os cursos de pedreiro polivalente, gesseiro e aplicador de revestimento cerâmico que, neste último, 50% das vagas foram ocupadas por mulheres. São 90 pessoas que estão frequentando os cursos gratuitos, bem como também não estão pagando passagem de ônibus.


O projeto foi lançado em agosto do ano passado. O sucesso também está embasado nas parcerias que foram firmadas com construtoras (em número de 11) e o Setransp. Os cursos são ministrados no laboratório de obras do Senai, instalado no Ginásio do Sesi, no Conjunto Augusto Franco. A contratação nos serviços do Senai se deu porque é uma instituição de credibilidade. A Fundat disponibiliza mais de 30 cursos diferentes nas mais diversas áreas, mas especificamente os da Construção Civil, têm um diferencial – a qualificação e a empregabilidade.


A presidente da Fundat, Telma Rios Pimentel, ainda em 2011, ao lado da sua equipe técnica, visitou donos de construtoras para saber qual a maior demanda na área, bem como aproveitou para fechar os termos de parceria. As construtoras colocaram a real necessidade, inclusive, demonstrando a dificuldade que o setor enfrentava para conseguir mão de obra especializada.


Em menos de um ano, a Fundat fechou parcerias com 11 construtoras que estão absorvendo a mão de obra qualificada. O Setransp também tem dado uma grande parcela de contribuição para o crescimento do projeto. São ofertadas as passagens de ônibus para os alunos que frequentam os cursos.


Empregabilidade

Desde agosto de 2011 foram formadas oito turmas e, até o final deste mês, serão mais três, o que totalizará 11 turmas. Foram formadas 160 pessoas. Desse número, 87 estão empregadas nas construtoras parceiras. O restante optou em trabalhar de forma autônoma ou apenas desejava o conhecimento na área.

Para o próximo mês, estão previstas mais três turmas: duas de pedreiro polivalente e uma de carpinteiro.


Construindo o futuro

Donas de casa, artesãs, domésticas, são algumas das profissões da maioria das mulheres que estão frequentando os cursos da Construção Civil, sem contar com o percentual de desempregadas. É a hora e a vez de provocar mudanças radicais. É esta a afirmação das alunas que estão diariamente com a “mão na massa”. São quatro horas diárias de curso, onde deixam os seus afazeres em busca de um sonho – um futuro melhor.

No curso de aplicar do revestimento cerâmico, 50% são mulheres. Para a execução desse serviço, as construtoras estão preferindo o sexo feminino. A alegação é que as mulheres por serem mais delicadas, são detalhistas, economizam material e o serviço tem uma maior perfeição.


A dona de casa Adriana Santos, 34 anos, reside no bairro Coqueiral. “Busco o conhecimento e uma oportunidade de emprego”, declarou, afirmando que já enfrenta um problema: o ciúme do marido. “O meu marido é eletricista e está acostumado a trabalhar nos canteiros de obra e está meio encabulado com a ideia de eu trabalhar nessa área, mas não tem nada, quero realizar o meu sonho e ter uma renda melhor”, confirma.

A artesã Jenifle Toledo Rocha dos Santos, 34 anos, deseja ingressar no setor da construção Civil. O seu principal objetivo é inicialmente conseguir uma renda para comprar matéria-prima para a confecção de biscuit, investir e desenvolver a profissão de artesã nos momentos de folga. “Com certeza vou unir o meu trabalho na Construção Civil e a área de artesanato”, declara.

Katina Lima Siqueira, 34 anos, afirmou que cansou de ser doméstica, cozinheira e vendedora. “Quero ser uma assentadora de revestimento cerâmico. É uma profissão que gosto e, além disso, é rentável. Faltam bons profissionais no mercado. Se conseguir o emprego numa construtora é bom e, além disso, poderei fazer alguns bicos e fazer o serviço na minha casa”, disse.

Fábio Conceição Oliveira está frequentando o curso de aplicador de revestimento cerâmico. De acordo com sua explanação, já desenvolve alguns serviços na área da construção civil. “Tenho uma equipe a qual coordeno. Estou fazendo esse curso para aprimorar os meus conhecimentos e, sobretudo, também ter o certificado”, justifica.

Ele citou que há três anos trabalha na informalidade, mas que chegou o momento para mudanças. Disse ainda que a contagem é regressiva e, conforme as aulas estão sendo ministradas, todos sairão qualificados.


O instrutor do curso de aplicador de revestimento cerâmico Leonardo Souza Santos, explicou que toda a turma está bastante empenhada no aprendizado. Responsável pelas aulas práticas, Léo, como é carinhosamente chamado pelos alunos, disse que o diferencial dessa turma está no comprometimento do aprendizado, principalmente entre as mulheres. “Elas são detalhistas e estão mostrando que também podem ser assentadoras de revestimento e desenvolver a atividade num canteiro de obras”, afirmou.


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